quarta-feira, 15 de julho de 2009

Essa tal de saudade...


Pode dizer que é clichê, que estou sendo repetitivo ou nada criativo, mas esse lance de "só damos valor ao que temos quando o perdemos" não sai da minha cabeça. Felizmente não perdi nada (até onde eu sei), mas o fato de estar distante de todos que passaram pela minha vida até então me causa a mesma sensação. E até coisas que passavam desapercebidas por serem tomadas por tão simples, hoje se mostram devidamente valorizadas, causando até certo desconforto quando lembro de minha indiferença quanto a elas. O bilhar com os confirmados no boteco em frente à pastelaria, o churrasco de domingo, sessão de cinema em casa com a família, de video-game com a pequena, o chimarrão no pátio... Meu aniversário passou há poucos dias. Nunca recebi muitas pessoas no meu aniversário, mas esse foi o primeiro, em 33 anos, que passei longe de toda a família e de 99,9% dos amigos. Tinha tudo pra ser o pior, mas não foi. Posso dizer até que foi um dos melhores. Apesar de ter passado praticamente sozinho, esse foi com certeza o ano em que mais recebi "feliz aniversário" de todos! O que me leva a acreditar que a falta que eu sinto aqui é recíproca, e não sentido único. E impressiona saber que isso é partilhado por tanta gente. Essa deve ser a tal da "saudade" de que sempre ouvi falar. Dizem que em casos mais agressivos, a saudade traz consigo um sentimento de tristeza, o vazio. Como se sentíssemos a falta de um pedaço, um membro que nunca tivemos, mas que sabemos que deveria estar lá. Mas, observando a mesma cena com olhar otimista, podemos enxergar uma "tristeza boa" porque, na verdade, como é bom termos esse alguém para sentir sua ausência. Amigos, família, o amor que ficou a quilômetros de distância, ouvindo as mesmas músicas, olhando as mesmas fotos. Pensamentos que, com certeza, se cruzam em algum lugar entre lá e aqui.

Enfim, a saudade me pregou uma peça. Me fez falar sobre ela, só para que eu confessasse que sinto saudades.

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