sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

The return

Na volta ao meu blog, desejo a todos um



E de quebra, deixo um video da Playing for Change Foundation, com uma de minhas músicas preferidas:





segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Serendipty


Existem algumas questões que parecem querer me testar a cada dia. Sempre que acredito ter achado uma resposta para elas, minhas teorias caem por água abaixo e tenho que recomeçar do zero. A casualidade é uma delas. Existe a casualidade? Ou será que tudo já está escrito? Temos ou não o controle sobre nosso destino? Desde criança ouvia de meu avô sobre a influência de nossos pensamentos e desejos, sejam eles bons ou ruins, faria com que eles acontecessem, nem sempre como planejamos, mas aconteceria. Traduzindo em miúdos, pensamentos ruins atraem o pior. Ele acreditava na casualidade, acreditava que nossa mente direciona nosso destino, o direito de escolher para que lado seguir. Mas, o mesmo livro que menciona o livre arbítrio, nos diz que tudo já está escrito. Se tudo já está escrito, não existe casualidade. Não existe sorte ou azar, o lugar certo na hora certa. E se não existe casualidade, então estamos predestinado ao nosso futuro, seja ele qual for. E querendo ou não, é fantástico acreditar que o universo inteiro conspirará para que um fato isolado aconteça na vida de uma pessoa. Ou de duas. Mas, se nosso futuro já está definido, por que então nos foi dado o direito do livre arbítrio? Por que acordar todas as manhãs e escolher que tênis usar, que caminho fazer, que livro ler? Ao menos essa resposta eu consegui encontrar. Na verdade, nenhuma das teorias está errada, elas se completam. Os acontecimentos dos últimos meses me levam a crer na existência real do destino. As coisas acontecem no momento em que devem acontecer. Se não deu certo, é porque não era o momento ainda. Perder o emprego, o relacionamento, tudo faz parte. Por isso existe o livre arbítrio, a casualidade, para que erremos, e com isso nos preparemos para o destino que nos foi traçado. Meu avô estava certo, atraímos o mesmo tipo de energia a qual nos concentramos, isso guiará o caminho que percorreremos até o destino final, e até nossa preparação para reconhecê-lo quando nos depararmos com ele. E quando estivermos prontos, vai acontecer. O universo conspirará para que aconteça. Pode ser da maneira mais improvável e absurda possível, tão absurda que talvez você duvide que realmente aconteceu, mas tudo se encaixará para que aconteça. E quando acontecer, se estiver realmente preparado, neste dia tudo fará sentido.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Essa tal de saudade...


Pode dizer que é clichê, que estou sendo repetitivo ou nada criativo, mas esse lance de "só damos valor ao que temos quando o perdemos" não sai da minha cabeça. Felizmente não perdi nada (até onde eu sei), mas o fato de estar distante de todos que passaram pela minha vida até então me causa a mesma sensação. E até coisas que passavam desapercebidas por serem tomadas por tão simples, hoje se mostram devidamente valorizadas, causando até certo desconforto quando lembro de minha indiferença quanto a elas. O bilhar com os confirmados no boteco em frente à pastelaria, o churrasco de domingo, sessão de cinema em casa com a família, de video-game com a pequena, o chimarrão no pátio... Meu aniversário passou há poucos dias. Nunca recebi muitas pessoas no meu aniversário, mas esse foi o primeiro, em 33 anos, que passei longe de toda a família e de 99,9% dos amigos. Tinha tudo pra ser o pior, mas não foi. Posso dizer até que foi um dos melhores. Apesar de ter passado praticamente sozinho, esse foi com certeza o ano em que mais recebi "feliz aniversário" de todos! O que me leva a acreditar que a falta que eu sinto aqui é recíproca, e não sentido único. E impressiona saber que isso é partilhado por tanta gente. Essa deve ser a tal da "saudade" de que sempre ouvi falar. Dizem que em casos mais agressivos, a saudade traz consigo um sentimento de tristeza, o vazio. Como se sentíssemos a falta de um pedaço, um membro que nunca tivemos, mas que sabemos que deveria estar lá. Mas, observando a mesma cena com olhar otimista, podemos enxergar uma "tristeza boa" porque, na verdade, como é bom termos esse alguém para sentir sua ausência. Amigos, família, o amor que ficou a quilômetros de distância, ouvindo as mesmas músicas, olhando as mesmas fotos. Pensamentos que, com certeza, se cruzam em algum lugar entre lá e aqui.

Enfim, a saudade me pregou uma peça. Me fez falar sobre ela, só para que eu confessasse que sinto saudades.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Despedida


Sábado, 1 de julho de 2009, ocorreu o último show da Real Mandril Rock Band. Na minha opinião, não foi nosso melhor show, mas com certeza foi o mais difícil. Todos sabíamos que seria a última vez que tocaríamos juntos. Por mais de uma vez pude perceber olhos tristes contrastando com sorrisos em nossos proprios rostos. Sabíamos que seria assim, a Real Mandril já nasceu com tempo de vida pré-determinado. Mas foram quase dez meses de convivência, e entre ensaios, shows, sinucas, brigas e gargalhadas, criaram-se vínculos de amizade muito fortes, difíceis de deixar pra tras. E aqui faço minhas as palavreas da Vivi: "Há pessoas que gostaríamos que nunca saíssem de nossas vidas". Com certeza deixo aqui pessoas que gostaria muito que continuassem presentes, pois farão muita falta. Jorge, Mariana, Carol, Leandro, Viviana, obrigado por partilharem comigo a realização de um sonho, pelos melhores ensaios e shows da minha vida. O tempo que estivemos juntos foi curto, mas estão todos na minha lista de melhores momentos no Rio. Obrigado a todos, outras bandas virão pra todos nós, mas vocês ja estão tatuados na mente, pra nunca esquecê-los. Adiós amigos ! ! !




11/07/09 Aniversário 10 Anos Motoclube Veneno da Cobra - Caxias

03/07/09 Rock'n Roll All Night - Sede do Motoclube Veneno da Cobra - Caxias

11/06/09 Rock dos Namorados - Planet Music - Cascadura

05/06/09 Rock'n Rua - Suburbar - Maria da Graça

24/05/09 Festival de Bandas Independentes - Vittório's Bar - Barra da Tijuca

09/05/09 Rock Festival Baixada Fluminense - São João de Meriti

19/04/09 Rock'n Line - Clube Belém - Caxias

14/04/09 Aniversário 54 Anos Souza Cruz - Clube Lajedo 3

14/02/09 Conceptione Rock Pub - Vila Izabél

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Anjos

Faz alguns anos eu deixei de acreditar em religiões. Pra ser mais exato, desde que comecei a perceber que o sentido original de religião havia se perdido, que a hipocrisia havia dominado a fé, e igrejas passaram a ser empresas multinacionais de arrecadação de doações. Mas isso é assunto pra outro texto, o importante agora é salientar que deixei de acreditar nas religiões, não em Deus. Não deixei de acreditar na existência do divino, algo superior a todos nós, manifestando-se de diferentes formas, sempre de maneira sutil, as vezes nem percebida. E hoje quero me deter à uma forma específica de manifestação de Deus, o chamado "anjo da guarda". Dizem que todos temos um, que você não precisa nem acreditar nele, ele simplesmente esta ali, ao seu lado, e você não vai percebê-lo. A menos que queira. Sim, porque, como eu disse, ele se manifesta de diferentes formas. Ele pode ter sido aquele seu colega que se mostrou na verdade um grande amigo, quando você menos esperava e mais precisou de um. Por que não? Onde está escrito que seu anjo da guarda tem que ter asas, usar fralda e carregar uma harpa? Eu prefiro acreditar que não. Prefiro acreditar até que ele não se restringe a apenas uma figura, podendo ser varias, dependendo da situação. Ele poderia ser o seu cão, que não te deixou sozinho durante uma fase de depressão. Sem pular no seu colo, sem fazer festa. Simplesmente estava lá, ao seu lado. E você sabe o quanto precisava dele ali... Há pessoas que nos fazem bem simplesmente por existirem em nossa vida, mesmo estando distante fisicamente e próximos apenas em pensamento, ainda assim nos trazem a tranqüilidade de um porto seguro, apoio de valor inestimável em momentos de solidão. Então você pensa: "Que sorte ter conhecido alguém assim!". Sorte? Com certeza seus caminhos se cruzaram na hora certa, porque alguém (Ele) quis assim. E talvez você seja o anjo da guarda dessa pessoa, mesmo sem saber. Um telefonema, uma palavra de apoio, uma mão que é estendida à alguém que não a espera, gestos tão simples, por vezes tomados por insignificantes, mas dignos de um verdadeiro anjo da guarda. Anjos sem asas. E sem harpas. É preciso enxergar a presença do divino nisso. Nunca estamos sozinhos, alguém sempre olha por nós.

Há Mil Tons








"Sempre quiz fazer um auto-retrato, mas perco o foco... não me enquadro, sempre me corto... minha luz se apaga para fotômetros automáticos, estouro ou não apareço... obturadores tentam me pegar depois que passei... desisti! Coloquei espelho no porta-retrato pra poder me ver... ele quase sempre ri... suspeito... de mim!"
Auto Retrato - Hamilton Fialho

"Há Mil Tons"



"Di-Dá-Dó"





Não vejo o trabalho do Hamilton como o trabalho de um fotógrafo, mas sim como o de um poeta. Suas obras ultrapassam o conceito de simples registros de imagens. Poderia dizer que ele consegue capturar uma realidade alternativa, um mundo fantástico que nós não podemos ver, mas esta afirmação estaria incorreta. Hamilton tem o dom de perceber e capturar um mundo fantástico sim, mas é algo que na verdade existe, algo que está lá, ao alcance dos olhos de qualquer um, e simplesmente passa despercebido por nós. Seus trabalhos realizados em shows e peças de teatro (que na minha opinião são suas melhores obras, a exemplo de "Luzes da Canção", seleção de fotos de diversos espetáculos) conseguem transmitir a emoção, o movimento, a música através de imagens, muitas vezes tornando-se uma atração a parte, uma continuação do evento. Seus trabalhos não são editados, não há efeitos de flash nem de Photoshop, nada além das luzes locais e sombras. É puramente o que vemos, ou deveríamos ver, transformado em poesia. Um mundo comum, visto pelos olhos de um poeta.



"Alucinações"



Conheci o Hamilton em 2006, quando tive a oportunidade de trabalhar/aprender com ele na área de automação industrial. Seu humor sarcástico, sua postura constantemente crítica e altamente ética, conhecimento e bom gosto pelas artes em geral, começaram a me chamar atenção, e em pouco tempo passamos de colegas de trabalho a bons amigos. Acredito que tenha algo à ver com a tal afinidade.






"Cello´s"





Link para Hamilton:

segunda-feira, 15 de junho de 2009

The Rain Man

Dia de chuva hoje. Mais um. E justamente hoje estou sem o celular (perdi inexplicavelmente), então precisei sair pra dar um telefonema de um orelhão. Duas quadras e eu já estava encharcado, como se o guarda-chuva adiantasse pra alguma coisa mesmo além de manter a cabeça seca. Na volta, após o telefonema, já com o mau humor tomando conta da sensatez, parei em um boteco enquanto esperava a melhor oportunidade para atravessar a rua, quando uns meninos passaram brincando e um deles pulou na poça a minha frente... Bom, respirei fundo e segurei minha primeira reação, que seria a de chutar o moleque pro outro lado da rua (hehe, sorry). Olhei novamente as crianças, brincando. Brincando na chuva. Me senti envergonhado. Quantas vezes fiz isso. E como era divertido. E quando deixei de fazer? Não lembro, nem por que deixei de fazer. Mas era divertido. Um dia de chuva não precisa ser um dia ruim, nem um dia de folga como o de hoje. Em algum lugar algum agricultor está feliz, amanha seus campos estarão bem mais vivos. Alguém deve estar assistindo a uns DVDs bem acompanhado debaixo do edredon (hum, com pizza e coca-cola...), ou tomando banho de chuva mesmo, brincando, correndo, pulando. Fechei os olhos pra ouvir a chuva, mas o barulho do transito tornou esse momento impossível. Bom, a companhia me falta, mas lembrei que devem haver pelo menos uns 15 DVDs que ainda estão até lacrados la em casa, não assisti a nenhum dos que comprei nos últimos meses. Fechei o guarda-chuva, aproveitei o sinal aberto para pedestres e voltei pra casa. Dessa vez a passos curtos, e sem me preocupar em desviar das poças.